A rapariga do chapéu vermelho

A RAPARIGA DO CHAPÉU VERMELHO

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Apaixonados


Quem é que não gosta de sentir as borboletas na barriga, o coração a bater tão forte que a qualquer minuto pode saltar pela boca, uma vontade de sorrir incontrolável, imaginar mil e um diálogos, repetir até memorizar cada palavra, conseguir desvenda-lo no meio da multidão e ter a sensação que não está lá mais ninguém, arrepender-se de cada passo mal dado quando ele estava a olhar, corar com uma simples troca de olhares, acordar de manhã a questionar-se se vamos ter a sorte de o encontrar,... Quem é que não gosta de se sentir apaixonado? Eu adoro!
Tudo isto e ainda não se trocou nenhuma palavra. As primeiras palavras nunca são as que se cuidadosamente escolheram. São outras, atabalhoadas, sem sentido e que fazem perfeito sentido para ele, também um apaixonado. Das palavras ao toque ainda vai um espaço de tempo infindável e quando pela primeira vez ele nos toca na mão, no braço ou na cara, mesmo que seja distraidamente, é o suficiente para jurarmos que nunca mais lavamos aquela zona, como se de um toque de Midas se tratasse. A curiosidade de conhece-lo aumenta e, com ela, surge o desejo, que cresce desmesuradamente e sem regras. Na paixão, não há regras! Vamos para casa a imaginar como será o primeiro beijo, esse que é sempre especial. Será com ou sem língua, vai mordiscar ou sugar suavemente o lábio, rápido e fugaz será sempre, porque para os apaixonados por muito longo e profundo que seja, sabe sempre a pouco. E sabemos com certeza, daquela de jurar a pés juntos, que vai ser perfeito no sabor e na arte de beijar. Quando o beijo acontece, nunca é como nos filmes, nem tão romântico como as mentes mais românticas o desejaram. Mas é perfeito na sua simplicidade e intensidade. É perfeito porque é o primeiro. É perfeito porque se sentem as borboletas na barriga e as pernas a cederem. É perfeito porque é o culminar de um processo e o início de outro, tão ou mais excitante. Há agora carta branca para esclarecer, explorando, tudo aquilo que solenemente imaginamos todas as noites até então.
Há agora lugar para uma paixão desenfreada, para o sexo e para o amor.

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